GT 17 - EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
INFLUÊNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DOS ALUNOS DE LICENCIATURA DA UFPI
Nelson de Jesus Barros Silva (graduando)
Neumara Brenda Monteiro Neves Noleto (graduanda)
Profª. Drª. Maria de Fátima Uchôa de Castro Macêdo (docente)
Introdução
É comum a afirmação de que os jovens atualmente já não têm o mesmo comportamento informacional é uma reclamação de pais e educadores, bastante pertinente, na medida em que verificam opção diferenciada de leitura, ficando as redes sociais em primeiro plano, acarretando déficit de leitura e prejuízo no rendimento escolar. Por este motivo, os jovens vêm manifestando, dentre outros aspectos comportamentais, como pouco interesse pelos assuntos da família; falta de concentração nos estudos; falta de interesse por leituras em geral; baixo desempenho escolar e até dificuldade na comunicação oral, se comparados ao fascínio que eles têm pelas redes sociais de comunicação.
O objetivo do presente estudo é analisar a influência do uso das novas tecnologias da informação e comunicação no comportamento informacional dos alunos das licenciaturas, da Universidade Federal do Piauí, campus da ININGA.
Fundamentação teórica
Alguns estudiosos, como Helena Sporleder Côrtes, coordenadora de Pedagogia Multimeios e Informática Educativa da Faced/PUCRS, faz algumas advertências sobre o uso das tecnologias, que por si não são boas nem más. O que as caracteriza como tal é a forma como são utilizadas, o que exige de pais e educadores maior atenção no sentido de fazerem um acompanhamento mais criterioso sobre a forma como estudantes devem se comportar diante do uso dessas tecnologias para que não venha a se tornar dependentes. Não se trata, aqui, de incentivar a abolição das tecnologias nem de aplaudi-las de forma demasiada, mas de realçar alguns dos aspectos que observamos mais prejudiciais ao comportamento dos alunos.
Segundo Ramos, o conhecimento vai além da informação. Para saber algo em profundidade é preciso relacionar conceitos, saber as causas, o porquê das coisas. Até podemos obter instantaneamente milhões de informações, mas corremos o risco de nos tornar incapazes de processá-las de modo orgânico, integrado e coerente, através da relação causa-efeito, característico do conhecimento científico. O mesmo é pontuado por Perrenoud (2000), para quem as novas tecnologias serve para formar o julgamento, o senso crítico, o pensamento hipotético e dedutivo. Acrescente-se Sancho (1998), ao afirmar que os recursos das novas tecnologias devem ser orientados por propósitos mais ambiciosos, como respeito, diversidade para a construção de uma sociedade justa. Metodologia
Trata-se de pesquisa é de caráter quali-quantitativo, uma vez que, ao analisar o material coletado, pode incorporar dados estatísticos que possam expressar melhor tópicos estudados e problemas identificados. Participaram da pesquisa 49 alunos das licenciaturas da Universidade Federal do Piauí, dos quais, 28 são do sexo feminino e 21 do sexo masculino, durante o segundo semestre de 2012. O critério adotado para classificação do grau de influência da leitura no comportamento dos participantes foi: “A”, para pouca influência; “B”, para média influência e “C”, para alta influência. Resultados
Quanto à influência do uso das novas tecnologias no comportamento informacional dos respondentes, os resultados apontam elevada influência dos meios de comunicação, com prevalência para o uso da Internet, com 18 respondentes do sexo feminino contra 12 respondentes do sexo masculino. Quanto ao tempo destinado para uso das informações, os dados coletados estão no quadro abaixo:
QUADRO I – TEMPO SEMANAL DE ACESSO ÀS FONTES DE INFORMAÇÃO
Fonte: direta
Os dados obtidos no quadro acima revelam uma tendência maior tempo de uso das diversas formas de acesso à informação. Recortando o tempo de dedicação à leitura para efeito de estudo com 19 mulheres para nove homens. Tal dado revela-se contraditório, se comparado ao pouco tempo destinado à leitura nas bibliotecas, com apenas um respondente com dedicação acima quatro horas semanais. Com relação à Internet, 14 respondentes do sexo feminino declaram uso elevado dessa ferramenta, com mais de quatro horas semanais, se comparado ao tempo de uso da Internet pelos homens, com apenas oito usuários, acima de quatro horas.
Conclusões
Diante da vulnerabilidade em que se encontram os jovens e adolescentes, voltamos nosso olhar neste trabalho, particularmente aos alunos das licenciaturas da UFPI, pela dimensão social e profissional desse segmento de usuários da Internet. Assim, optamos por fazer um estudo no âmbito das licenciaturas por se tratar de um segmento de profissionais que precisam entender o significado e a importância da leitura, sem perder de vista, a noção de limites, do senso crítico, da responsabilidade e de alguns elementos que parecem ofuscados pelo brilho das interações virtuais, nas quais muitos jovens esquecem que outras fontes de informação precisam ser elencadas ao seu repertório de leitura, com vistas ao leitor crítico e consciente para que possam desenvolver uma atuação profissional em condições compatíveis com as competências demandadas pela sociedade do conhecimento, a qual não comporta apenas acúmulo de informação, mas uma combinação de competências e habilidades.
Referencial bibliográfico
PERRENOUD, F. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Art Med, 2000.
RAMOS, J.M. Globalização e Comunicação. www.interprensa.com.br. Acesso em: 18 ago. 2012.
SANCHO, Joana Maria. Para uma nova tecnologia educacional. Porto Alegre. Art. Méd, 1998.